Para Sempre Juntos, Mas Eternamente Divididos

Episódio 6
Introdução ao sexto episódio

Depois que fui salva dos Elfos Ocultos por Elessar e Dseyvar o sentido AMIZADE tomou uma forma muito mais grandiosa para mim .
Além de se um relacionamento social voluntário de intimidade como aprendi. Percebi emocionada que existem bases muito mais fortes além dos sentimentos de reciprocidade, afeto, ajuda mútua, compreensão e confiança. Existe acima de tudo um grande amor. Com certeza sem existir o amor, os outros sentimentos seriam abatidos em circunstâncias diversas.

Foi assim que nosso amigo Dseyvar nos contou sua história. Embora o semblante dele tenha ficado bastante triste quando começou a narrar sua história.... Mas éramos seus amigos e com certeza o ajudaríamos no ele  precisasse, se fosse ocaso. Elessar continuava sentado na minha poltrona devorando minhas uvas com jeitinho de felicidade. Ele já devia saber sobre o que Dseyvar iria nos contar, Mas permanecia ouvinte e solícito.

Capitulo I

Narração de Dseyvar 

- Minha descendência começou a muitas épocas com duas cidades tão diferentes como se fora o dia e a noite. A glória da minha cidade “Suryanna” 
(filhos do Sol) foi forjada dia após dia, batalha após batalha. Um Clã encantador que nutria amizade e respeito entre Suryanna reduto élfico orgulhoso e “Amut” (esperança) cidade dos homens. Era tão raro uma colaboração entre Elfos e humanos, que sua beleza não poderia ser reproduzida em outras cidades. 
Mas essa cumplicidade não fora estendida a meus pais.

Barzud o atual rei Elfo de “Suryanna” sempre exigia a excelência de sua raça. Apesar do bom relacionamento com “Amut” ele nunca permitiria que um elfo “sujasse" a linhagem imaculada por meio de cruzamento com os seres humanos. Para que isso não acontecesse o Rei reuniu todos os especialistas nas artes mágicas, e exigiu que criassem uma magia de proteção poderosa sobre “Suryanna” A magia seria para se certificar de que nenhum elfo pudesse abordar um ser humano com intenções de acasalamento nem que fosse possível amor entre essas duas raças. Todos os magos responderam a mesma coisa:

- Meu adorado senhor! Nenhum ser no vasto universo é capaz de impedir o amor entre dos seres ou mais. Apenas o criador. 

- Ou mais? - Perguntei curiosa estranhando a frase de Dseyvar: Ele respondeu orgulhoso!

- Sim soldado Sigel! Entre os humanos é que possui essa exclusividade sem propósito! Nós os Elfos amamos muitos com igualdade. Não sabes disso?

Olhei para Elessar ele estava a olhar-me de uma maneira "concordativa" e indecente. Desviei os olhos e respondi ao Elfo

- Não tive tempo para pensar  nisso ainda Dseyvar! Continue querido.

- Sim, continuando:
- O Rei Barzud então, pediu aos magos que fizesse um feitiço protetor para que, se uma das duas raças tivesse esta intenção que não lhes fosse possível tocarem-se. O Rei disse do fundo do coração:

- Não desejo isso por mal amados! Eu amo os humanos! Entretanto se houver mistura entre nós, perderemos nossa identidade, seremos outro povo, outra raça e não seremos mais Elfos.

 Os magos compadecidos reuniram-se para tentar algo, deviam isso ao rei ele era um ser magnifico e amigo. Em uma reunião entre eles chegaram a conclusão que deveriam fazer o feitiço. Em comum acordo os magos ativaram um campo de força sobre “Suryanna” que não deixava que um casal  que tivesse esta intenção ou seja, se algum deles se apaixonassem, seriam  repelido se chegasse perto um do outro. Só tinha um problema! esse feitiço não poderia ser desfeito se por ventura o Rei tivesse arrependimento sobre.

O amor pela pureza da raça enraizada no coração de Barzud era tão forte, que ele se opôs até mesmo a felicidade de seu filho Layudah, (meu avô) seu filho mais velho. O meu ancestral foi criado para se tornar mestre de uma cidade digna dos Filhos do sol. Ele aprendeu todas as artes de combate: e sabia usar todo tipo de arma, principalmente a lança, a espada, os punhais e facas.  Mas sua habilidade maior era com arco e flecha! com o arco Layudah era insuperável. Ele mandou confeccionar uma ombreira com prata e ouro que são metais eternos nela ele prendia seu arco e o levava onde fosse. A Alijava era confeccionada com couro de girafa por possuir flexibilidade e um bom sistema de ventilação. Layudah separava-se de seu Arco e flechas somente durante eventos importantes da corte, para levantar o cetro de Príncipe Elfo e sucessor.

Foi durante um desses Festivais entre povos enquanto os comerciantes ricos de “Amut” transitavam pelo palácio real élfico junto com suas famílias. Um servo chegou ao lado do trono e anunciou aos comerciantes e as suas famílias:

- Com licença Sua Majestade Príncipe Layudah e convidados! Temo saqui entre nós Farshdar!  Um comerciante de tecidos vindo de "Heldar" reino vizinho a "Suryanna"e Emut" Ele e sua filha Selissya. Vieram mostrar suas mercadorias. Eles podem se aproximar?

Claro que o Príncipe permitiu! Era muito bondoso como seu pai! Ele disse

- Sim Tórian, Diga ao comerciante Farshdar que se aproxime! Deixe que todos vejam as amostras de suas mercadorias e depois irão ao seu estabelecimento se gostarem.

O Rei foi bondoso, mas também sábio! De outra maneira seu reino se tornaria uma grande feira de tecidos. O comerciante agradeceu:

- Obrigado Sua Majestade Príncipe Layudah! Peço sua permissão para um evento diferente dos meus tecidos. Minha menina quer oferecer-lhe um presente permite sua presença ao seu lado?

- Onde está sua menina Farshdar? Mande que venha a mim.

A filha de Farshdar saiu de trás de seu pai com passos firme! Deixou cair sobre os ombros o véu que lhe cobria a cabeça. E com muito orgulho por estar na presença de um Príncipe elfo subiu ao trono. Levou na mão com muita desenvoltura e elegância uma almofada e nela uma pulseira artesanal confeccionada por ela, Layudah era um Príncipe e sendo assim poderia ter de tudo que ela pensasse em comprar como um presente! Ela queria ofertar algo à altura de um Príncipe Elfo, mas que fosse diferente, intimo. Não um presente qualquer que passasse despercebido a ele.

Então ela confeccionou uma pulseira com fios de ouro bordando o nome do Príncipe e o presenteou. Layudah a viu pela primeira vez!
A humana mais bonita que seus olhos azuis já haviam pousado. Ele se encantou pelo presente, porque era algo que ele não possuía, mas principalmente pela beleza da humana de cabelos selvagens como sua alma. Com o coração assustado ele descobriu que a amava. Desde então o nome “Selissya” não saiu jamais de seu coração.

Antes que terminasse o festival, Layudah colocou seu arco no ombro e foi para "Heldar" o reino humano vizinho. Com a intenção de descobrir onde “Selissya” morava, seguiu a caravana do comerciante até "Heldar". Chegando lá Layudah se escondeu, ele só desejava vê-la uma última vez antes de voltar para o castelo. Ele a viu na porta quando dizia ao pai:

- Paizinho eu ainda vou permanecer por aqui um pouco mais, para admirar a noite estrelada!

- Não demore preciosa! Tenha cuidado!

Selissya começou a andar sozinha pela estrada que beirava a floresta, onde o vento frio tocava-lhe a pele e a fazia encolher-se. De repente ela desembainhou uma espada e disse:

-Sai já daí seu covarde! Ou sentirá o corte da minha espada!

Layudah Pensou antes de aparecer diante dela:

-“Meu pai era um caçador experiente, como pude ser pego”?

E saiu do esconderijo aparecendo diante de Selissya que caiu de joelhos dizendo envergonhada e surpresa quando o viu:

- Sua Majestade! O que você está fazendo aqui? Estas longe de seu reino!

Ele respondeu tentando parecer tranquilo e altivo:

- Eu estava andando pela floresta! E você, o que faz aqui sozinha?

Selissya notou que tinha rubor nas bochechas do Rei Elfo, mas foi discreta ficando para ela e disse:

- Eu? Eu vim aqui para olhar para as estrelas! Me faz tão bem! É como se o mundo estivesse caindo sobre a cidade! É a luz branca da eternidade enchendo o ar...

- Layudah fechou os olhos e continuou falando sobre o mesmo assunto:

- Toda a luz é sagrada para os elfos doce Selissya! É como contemplar o futuro, relembrar o passando e sentir os dois intercalando-se.

Selissya não entendia do que ele estava falando, mas continuou apenas a ouvi-lo até sua última frase:

- É memória, preciosa e casta...

Apesar da intenção de Layudah ter sido apenas a de contemplar a beleza de Selissya mais uma vez, esse foi o primeiro de uma série de encontros.
Mas o futuro era uma sombra que pairava sobre eles.
Depois de vários encontros falando de tudo menos sobre “eles”... Seus corações começaram a dançar uma música transcendente. Que só eles podiam ouvir, mas eles nunca haviam tocado no assunto.

Em um desses encontros depois de conversarem bastante e ter chegado a hora da despedida, o coração de Layudah parou por um instante quando Selissya lhe propôs um abraço. Ele sabia que não podia chegar perto porque estava apaixonado. Mas ela não sabia e num ímpeto correu para ele...
Mas a distância que pode ser percorrida por um único salto de alegria, não se completou... A magia a rejeitou. Selissya não entendia o que estava acontecendo, mesmo sem tocá-la Layudah a empurrava para longe dele.
O príncipe dos elfos explicou tudo. Selissya não queria crer naquilo! Como assim nunca abraçá-lo? Em vão, ela tentou abater a magia com lágrimas e espada.

Capitulo II


O tempo passou e o amor entre eles aumentava tornando desesperadora a vontade que sentiam de poder tocar um no outro. Não suportando mais isso, P Príncipe tomou uma decisão terrível...
Procurou Aatank! Um Elfo bruxo que vivia em uma caverna na parte escura da floresta escondida entre as montanhas. Ele fora banido do reino Elfico por praticar magia negra! Aatank disse que poderia quebrar esse feitiço, mas que teria um preço. Layudah nem perguntou qual seria o preço, porque ele teria quanto ele pedisse.

Assim que Aatank revelou a ele que o feitiço estava desfeito. Layudah saiu em disparada para se encontrar com Selissya ouvindo por alto que ele disse que iria esperar pelo pagamento. E que se houvesse a união entre ele e sua amada os primeiros frutos conseguidos depois da união seriam dele.
   Layudah não contou a ninguém que procurou o mago!

O Rei Barzud aceitou a união de seu filho e a humana Selissya como um desígnio do criador para que ele entendesse que ninguém poderia passar por cima de suas decisões, nem mesmo um Rei elfo. Layudah construiu uma casa na floresta, no mesmo local onde se encontravam, porque a união deles era uma afronta para os dois povos. Como eles dois conseguiram oque ninguém mais conseguia? Era a pergunta que faziam. Layudah reuniu os servos que quiseram trabalhar com ele e prosperou! Sua colheita era farta! Seus animais sadios e fortes! Um lar de alegrias  e foi lá que nasceu Aodh (Deus do fogo) meu pai.

No dia do nascimento do primogênito de Layudah Aatank apareceu entre as festividades querendo seu pagamento. Layudah lhe disse que havia prosperado muito depois da união dele e Selissya com mais o dote ele teria bastante para pagar ao Mago quanto ele pedisse.
O mago respondeu sentando-se ao lado de Selissya que amamentava meu pai e disse:

- Eu disse a voce Príncipe! Que viria buscar os primeiros frutos da união de vocês! Esse fruto é este pequeno meio-elfo.

Selissya que havia acabado de dar a luz desfaleceu ao ouvir aquilo! Layudah não permitiu que levasse seu filho! Porque o mago aproveitou de sua felicidade e usou de subterfúgio. Ele lutou bravamente com Aatank.  O mago ao ver que seria derrotado, pois estava longe da sua caverna maldita que lhe dava poder, e sendo Layudah um ótimo lutador além de estar defendendo sua cria. Resolveu desistir do pagamento. Mas com  certeza por ter a alma negra, não iria deixar por isso mesmo.
Conjurou sobre Layudah e Selissya uma maldição terrível. As palavras dele misturaram-se com o rugido de Gaya e o uivo do vento;

Voces dois estarão sempre juntos, 

mas eternamente divididos;

Você nunca mais desfrutará dos sorrisos dela

Durante o dia voce poderá ter

Apenas o liquido de suas lágrimas

Enquanto a noite e o dia for preenchendo as horas,

O amor de vocês, eu transformarei em tristeza.

E quando o sol desaparecer...

Sua natureza permanecerá escrava da besta.

Quando o bruxo terminou de conjurar a maldição o uivo do vento e os gritos de Gaya diminuíram. Então, sem mais uma palavra, Aatank se virou e desapareceu. Layudah correu para Selissya que estava abraçada a seu filho e em prantos.
 Era a minha família abraçada, sem saber que seria a última vez, juntos.

Anoiteceu! Layudah foi ao lado da cama onde Selissya descansava acariciou ternamente seu rosto, ela despertou e sorriu... De repente ele ficou tenso, como se tivesse entrado num estado de transe. Assustando Selissya que o chamava aflita

- Layudah o que voce está sentindo amor meu?

A respiração dele tornou-se mais curta e ele entrou em convulsões....
Os gritos perplexos de Selissya ecoavam na floresta. Ela sentia que o transe o levaria embora.
No entanto, cada vez que ele ouvia Selissya dizer seu nome, parecia recuperar a consciência, apenas para ficar com ela.
Em um dado momento Layudah começou a rastejar para fora de sua casa

Selissya ainda cansada do parto tentou chegar até ele. O sol começou a desaparecer Layudah gritou alto com a cabeça entre as mãos.
 Rolou no chão, entre espasmos de dor.
Os gritos eram muito desesperadores! Totalmente sobrenaturais.
Selissya em prantos assistia a tudo da porta, era impossível andar, o desespero após o parto, a fez ter hemorragia.
Entre o desespero e as lágrimas de Selissya chifres apontaram na cabeça de Layudah! Em seguida, o corpo mudou...
Transformando-se em um majestoso cervo diante de Selissya! Depois saltou para a floresta e ela não o viu mais durante aquela noite.

No dia seguinte, Layudah acordou na floresta. O Príncipe elfo estava de volta ao normal. Ele correu para casa... Estava silenciosa. Correu desesperado para o quarto. Meu pai dormia no berço e, no batente, uma grande poça d’águia que deslizou em direção a ele. Layudah pulou-a e continuou procurando Selissya pela casa. Não a encontrou em cômodo algum. Os servos começaram a chegar e disseram que deixaram Selissya adormecida depois que a medicaram, porque ela tivera um surto pós-parto achando que ele havia se tornado um animal da floresta, um deles disse:

 - Pelas características afirmadas pela Princesa! Vossa Majestade seria um grande e belo cervo.

Nesse momento Layudah lembrou-se das palavras do mago!

"Durante o dia voce poderá ter

Apenas o liquido de suas lágrimas"

 Ele percebeu que a águia era sua Selissya. Ele chorou junto aquela poça d'água que se movia sempre para perto dele.

Epilogo:

E assim foram todos os dias, suas aparências eram alteradas, Layudah em cervo com a luz do luar, e Selissya em uma poça de águia, com a luz do sol.

O bruxo elfo disse que eles nunca se encontrariam, mas os seres da natureza "o vento e Gaya" na hora em que o bruxo elfo recitou a maldição atrasaram um pouco o momento da mudança.
Não poderia ter sido, mas era!
Eles se encontravam.
No limiar do pôr do sol, quando o processo começava a inverter-se: eles se viam por instantes, mesmo que não se tocassem.
Todos os dias como presente de Gaya.
Selissya voltava a sua forma antes que Layudah se transformasse no belo cervo e corresse para dentro da floresta.

Assim meu pai cresceu.
Caçando durante o dia com o pai dele.
E com a doçura de sua mãe durante a noite.
 Sem nunca ter visto os dois juntos.
Eu cresci com a luz de um grande amor, pairando na escuridão do ódio em direção a esse mago. Por isso procuro o Mago Sion! Disseram-me que somente ele pode dizer-me como encontrá-lo.

Eu perguntei a Dseyvar:

- O que voce pretende com esse bruxo??

Dseyvar me respondeu triste!

- Preciso olhar em seus olhos e contar a ele o que aconteceu e saber se realmente ele não se arrepende.

Eu disse a ele que nenhum bruxo que age pelas garras do mal tem arrependimentos, que seria inútil todo empenho dele em buscá-lo arriscando sua vida. Mas Elessar levantou-se da poltrona puxou as lãs para frente e deu uma enrolada nelas como se elas o atrapalhassem o pensamento, andou de um lado para o outro e  em seguida, perguntou a Dseyvar:


= Ah quanto tempo voce procura por Sion!

-Ah dois longos anos!

= Todo esse tempo voce não vê seus pais?

- Não Senhor Elessar.

= Vou levar-te a Sion. Preparem-se vamos para Vangah pela manhã!

Eu achei muito suspeito que Dseyvar quisesse somente aquilo e tinha certeza que Elessar sabia disso também.....

...................


---------------------------------------------------------------------------- 
LEIA ANTES DE USAR: A partir das Constituições de 1891, 1934, 1946, 1967 e da Emenda Constitucional de 1969, o direito autoral do conteúdo desse Blog é exclusivamente de Katia Kristina Piereth A Lei de Direitos Autorais (Lei 9.610/98) protege as relações entre o criador e quem utiliza suas criações literárias.

Comentários

Postar um comentário

Seja bem vindo! Agradeço seu comentário ou crítica

Postagens mais visitadas deste blog

Uma Espada É Viva

Visão Fantástica

Presente da Deusa Evelin